domingo, 12 de julho de 2015

WHAT HAPENNED, MISS SIMONE?




"Liberdade para mim é a ausência do medo!"

Quando pensei em escrever sobre o documentário da netflix WHAT HAPPENED, MISS SIMONE? a primeira coisa que pensei foi em encontrar uma foto que retrata a Nina Simone ativista, aquela que, com muita coragem, foi umas das vozes dos negros segregados pelo regime do apartheid.
Mas quando revi essa foto que está acima, eu mudei de ideia, porque me lembrei de como eu gosto do sorriso dela, e do quanto Nina gostaria que todos os negros se orgulhassem do seu sorriso, lábios, cabelos, enfim, da sua africanidade/ancestralidade.

Eunice Kathleen Waymon, a nossa Nina Simone, foi sem dúvida alguma, uma grande artista, uma mulher genial e a frente de seu tempo, mas foi, acima de tudo, uma ativista consciente do seu papel como artista na luta contra a segregação racial,colocando sua militância como prioridade em sua vida profissional e pessoal.

Amiga de representantes da comunidade negra como o Pastor Martin Lúter King, Nina seguiu cantando com ativistas e intelectuais negros por igualdade racial, uma luta linda, uma história de coragem, mas que custou sua sanidade mental, além de graves problemas financeiros.

Contudo, essa é apenas uma parte da história de Nina Simone, e o documentário é completo nesse sentido, pois aborda a sua infância, a luta para sustentar a família e as conturbadas relações com a filha e o marido violento. Com depoimentos de amigos, da filha de Nina Simone, do ex marido, fotos de várias fases da vida da cantora, além de videos que simulam a infância dedicada aos estudos de piano clássico, o documentário retrata de maneira bem simples e imparcial a bibliografia da cantora.


Aqui nessa terra viveu um gigante, um gigante chamado Nina Simone.

https://www.youtube.com/watch?v=L5jI9I03q8E


sábado, 11 de julho de 2015

Universo Paralelo ao Falocentrismo

Você já assistiu algum episódio de ORANGE IS THE NEW BLACK? Se não assistiu, provavelmente já ouviu falar, não é?


Tô pra te dizer que, no meu ponto de vista, a série é transgressora. Afirmo isso pelo fato de tratar unicamente do universo feminino, usando alguns personagens masculinos como coadjuvantes.
Sem se reder a personagens esteriotipados que estamos cansadas de ver por aí, OITNB aposta em personagens femininas fortes, carismáticas, complexas e humanas, é tão incrível que a gente se perde e não sabe escolher uma preferida entre elas.
Em um espaço onde a maioria são mulheres, elas, as detentas, exercem a sexualidade cada qual a sua maneira, sendo com sexo lésbico, ou masturbação, provando que o pênis pode fazer falta, mas que isso não anula de forma alguma a sexualidade da mulher.
Esse fato é o bastante para assistir OITNB, não é mesmo? Mas tem mais, muito mais...
Temas como: Transfobia, estupro e outros tipos de violência contra mulher, como racismo e misoginia, são as principais abordagens das histórias de vida de cada detenta, o que torna  cada uma delas mais humana e próxima de mulheres reais, ou seja, tudo o que enfrentamos, e que vemos nossas amigas, mães e irmãs enfrentarem, se passa na série.
Divertida, dramática e humana. Espero que goste!

Sinopse:

Baseado no livro bibliográfico de Piper Chapman, a série tem como personagem central a própria Piper.
A vida Chapman parece perfeita, com direito a carreira, casa e noivo, tudo lindo e perfeito até ser delatada pela ex namorada traficante de drogas como sua cúmplice no passado. Com a ajuda do sogro advogado, o acordo com a justiça determina que Piper deve ficar presa durante quinze meses, e é nesse contexto, tendo a prisão como cenário, que as histórias nos são reveladas.

Trailer da Temporada 1:

http://www.imdb.com/video/imdb/vi2447353881

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Não é só mais uma história de amizade!


Você curte histórias de amizade?
 Então, imagine uma história onde duas mulheres de culturas, etnias, nacionalidades e personalidades bem diferentes uma da outra se tornam grandes amigas. 
Imagine cada uma dessas mulheres sentindo o peso do machismo, cada qual a sua realidade, lutando por sobrevivência e liberdade, cada uma à sua maneira.
Demais né? Quer ver ficar melhor? 
Agora, pense que essas mulheres de realidades tão distintas, quando se conhecem, se estranham, mas  ao longo da história aprendem a cultivar uma amizade que torna-se, sem exageros, a materialização das nossas queridas palavrinhas: Emponderamento e Sororidade.

Lindo, né?
Essa história existe, e é contado no filme: Bagdad Café 

Sinopse:

Após uma briga, a alemã Jasmin, abandona o marido na estrada e caminha solitária pelo calor escaldante do sul dos EUA, até finalmente chegar em um motel/ café. 
É então atendida por Brenda, uma mulher mal humorada, aparentemente cansada e amarga, que não é nem um pouco cordial, mas que mesmo contrariada, aluga um de seus quartos à Jasmin.
Jasmin e Brenda, são opostas, e isso nota-se logo, mas o melhor dessa história, é que descobrimos ao longo do filme, o que as personagens possuem em comum. Como por exemplo, as frustrações com os parceiros, separações, o peso da meia idade e necessidade de sobreviver sendo mulher, sozinha e sem perspectivas.

Pessoalmente, tenho um carinho especial por esse filme, e espero que você também goste, porque, Bagdad Café não é só mais uma história de amizade, é além disso, uma história de como o sentimento de irmandade entre duas mulheres pode ser transformador para ambas.

Ficha técnica 
Filme: Bagdad Café (Out of Rosenheim)
Ano:1987
Direção: Percy Adlon
País: Alemanha Ocidental

Trailer